Há uma linha tênua entre brincadeira de mau gosto e bullying. Tenha em mente que bullying é diferente de uma brincadeira inconsequente: ele se dá sem motivo, de forma repetitiva e contra o mesmo alvo. É uma violência gratuita por dias, meses, anos. Além disso, há um desequilíbrio de forças entre a vítima e o agressor.
No seu caso, houve um desentendimento entre vocês dois – você brigou feio com o garoto. O tipo de violência se dá porque há um conflito não solucionado. Afinal, ele mantém um rancor contra você.
Pelo que você contou, esse garoto é chato com todos, e adora uma zoação, não importa com quem. O fato de vocês terem brigado fez com que ele voltasse a atenção para você. Mas é claro que o garoto está errado e nenhum tipo de agressão justifica, sendo ele bullying ou não.
Por isso, que tal chamá-lo para conversar? Você pode tentar explicar os seus motivos. Quem sabe se desculpando por tê-lo xingado e mostrando o quanto a atitude dele, de zoação, o afasta das pessoas. Tente ser madura nessas horas, porque você sabe que, antes de brigarem, ele não te incomodava.
Provavelmente o garoto sofre de baixa autoestima, já ele parece ter dificuldade em lidar com as pessoas. De maneira tranquila sem suas BFFs por perto, diga a ele, nessa conversa, que no Ensino Médio esse comportamento de “valentão” da sala muitas vezes é rejeitado, pois os colegas têm outras prioridades, como passar no vestibular.
Antes de abordar a escola, dizendo que sofre bullying, tente estabelecer o diálogo com o garoto, visto que houve um motivador para ele estar te incomodando, ok? Caso essa conversa séria não adiante e ele continue a te perturbar, você pode recorrer à
mediação de um adulto de confiança.
“Ainda me sinto diferente. Eu era incrivelmente solitária durante a infância e adolescência, nunca me senti integrada na escola, não tinha nenhum grupo que eu pertencesse. Era a esquisitinha. Até que meu professor de balé, que era gay, me apresentou a outros grupos de pessoas, que me disseram que era OK ser diferente, o que fez, ironicamente, me sentir parte do mundo. Eu não consigo entender como os jovens hoje passam a adolescência toda sem ter com quem falar, alguém que eles tenham afinidade, que lhes diga e assegure que é normal ser quem eles são. Todo mundo tem que ter alguém em que possa confiar, seja ele seu pai, alguém da escola, um professor”, confessa a superdiva do pop Madonna no programa da Ellen Degeneres.
Madonna e Lola
Aliás, hoje ela tem uma filha de 14 anos, que a gente já conhece bem, a Lola, e conversa bastante sobre o assunto com ela. “Eu tenho uma filha adolescente e falamos muito sobre a importância de não julgar as pessoas por elas serem diferentes. Não julgar quem não se encaixa no padrão do que é considerado “cool” ou não. Pensar além dessa abordagem.”
Bullying e suicídios
“É impressionante o número de suicídios teens associados ao bullying. Saber que os adolescentes estão realmente tirando as suas próprias vidas, porque sofrem de bullying nas escolas é inconcebível”, disse a diva master do pop, Madonna, quando esteve no programa The Ellen DeGeneres Show.
Sobre encontrar a solução para o problema, Madonna acha que todo mundo deveria fazer a sua parte: “se você quer falar sobre soluções ou como resolver esse problema, tente passar um dia inteiro sem fazer nenhuma fofoca. E não só isso. Tente também ficar sem ouvir nenhuma fofoca por um dia. Você pode imaginar como seria esse seu dia? Quanto tempo livre você teria a mais? Acho que você também se sentiria muito melhor consigo mesmo”, disse a diva.
Críticas e comentários maldosos
Mas até hoje a Madonna tenta lidar com as críticas e os comentários maldosos, principalmente da mídia. “Tento não entrar na internet e ler o blog de alguém falando mal de mim. Grande parte da mídia fala mal dos artistas – seja a roupa, decisões profissionais, com quem está se relacionando. No geral, a mídia encoraja o bullying. Então não é uma surpresa que os jovens achem normal fazer bullying sobre qualquer assunto. Somos todos responsáveis por isso. Ainda mais com o poder da internet, que pode ser usada como uma grande ferramenta educativa por um lado, mas também pode ser muito destrutiva.”
A-do-ra-mos o conselho da Madonna, de ficar um dia sem fofoca! E vocês? Comentem!
Uma das minhas melhores amigas é a maior santinha da sala, sempre meiguinha e adorada por todos. Só que, na internet, ela tem um fake que fala supermal de uma garota da sala. Já criou comunidade no Orkut, ataca no Formspring, dá indiretas no Twitter e manipula os outros para que façam o trabalho sujo por ela! O que eu faço? Denuncio ou não a farsa?
A Internet é quase uma “terra de ninguém”, em que é possível você ser exatamente o oposto do que é no mundo real. Sim, dá pra ser a boazinha da sala e a malvada do Twitter. Além disso, o ambiente virtual te dá a falsa sensação de impunidade, como se todo o trabalho sujo fosse impossível de ultrapassar as barreiras do virtual para o real.
É possível denunciar
Só que sua amiga deve sofrer é de falta de informação. Caso ela não saiba, é possível rastrear o IP (identificação digital), se a pessoa que sofre o cyberbullying queira descobrir quem está fazendo isso com ela. Sem contar que, se sua amiga está manipulando os outros para colaborar com o bullying, basta uma pequena investigação por parte de quem sofre os ataques para que descubra a autoria. Outra coisa para você comentar com ela: em breve, haverá uma lei federal sobre o bullying, fechando o cerco para quem agride os colegas.
Alerte-a sobre isso, mostrando que, sim, é possível que se descubra o que ela tem feito, mesmo sem ninguém denunciando. A Internet parece um ambiente de liberação, mas não existe trabalho sujo sem autoria. Diga pra ela que, mais cedo ou mais tarde, descobrirão quem fez a comunidade no Orkut zoando a garota da sua sala e que a máscara vai cair.
Outra coisa que você deve fazer é nunca, jamais, repassar um conteúdo feito por ela, ou seja, fazer o trabalho sujo que você comentou. Isso te faz uma co-autora do bullying!
Com a presença superespecial do VIP Colírio Samir Rachid, a campanha “Diga Não ao Bullying” esteve no último dia de aula da Escola Morumbi, dia 30, em Alphaville (SP).
Os alunos, animadíssimo, se divertiram e tiraram dúvidas com Isabela Noronha, editora de comportamento da revista CAPRICHO, e com a pedagoga Cleo Fante, especialista no assunto.
Abrindo o evento, a diretora de redação da CAPRICHO, Tati Schibuola, falou da importância de discutir o tema na escola — e com os adolescentes ! Já o Colírio VIP Samir Rachid, convidado pela segunda vez, tirou fotos com todos no final do evento – para delírio das meninas que chegaram pertinho…
Logo no início do bate-papo, os alunos quiseram saber quais as consequências do bullying. Na hora de responder, a editora Isabela Noronha mencionou um dado chocante: todos os dias, nos Estados Unidos, 160 mil garotos e garotas deixam de ir à escola por causa do bullying! Isso porque ser zoado todo santo dia sem um motivo aparente pode tornar-se insuportável. Quem é vítima de bullying pode sofrer de baixa autoestima, isolar-se e, em casos mais graves, até desenvolver uma depressão — doença que precisa de acompanhamento médico.
Os alunos quiseram saber quais consequências do bullying.
Cleo Fante disse que a maioria dos casos acontecem dentro da sala de aula, explicando o quanto é importante que os professores aprendam a lidar com o problema. “Pode acontecer de o professor não ajudar quem sofre bullying, e às vezes até incentivar a zoação”, diz. “Nesses casos, o aluno deve recorrer a outro adulto de confiança, com quem tenha mais abertura para conversar e desabafar”, orienta Isa Noronha.
#diganaoaobullying você também nos comentários!
Uma das estrelas de Hollywood que a gente mais queria ser, Selena Gomez, protagonista do seriado “Os Feiticeiros de Waverly Place”, disse que sofreu bullying nos tempos de colégio, quando seus colegam a atormentavam por ela querer ser atriz.
Em entrevista para o New York Post, Selena disse que sofreu bastante na escola: “um monte de gente tirava sarro de mim, porque eu quereria estar na indústria [do mundo artístico]”, diz ela, hoje com 18 anos. Mas Selena enfatizou que não sofreu nenhuma violência tão séria.
Estudar em casa “ajudou por um tempo, mas aí eu entrei para o ramo artístico, e meio que voltou tudo de novo”, disse. Hoje “eu sou criticada por adultos, que dizem coisas terríveis sobre mim na internet, coisas que me afetam e tento não ler”, diz ela, mencionando as fofocas sobre sua vida amorosa e supostas rixas entre colegas de trabalho.
Por conta disso, nada mais normal do que falar do assunto no seriado “Os Feiticeiros” – na nova temporada, haverá um episódio em que o irmão mais novo de Selena, interpretado por Jake T. Austin, tem que descobrir o que fazer ao sofrer agressões frequentes no colégio.